Indústria regional
Produção industrial avança em dez dos 15 locais pesquisados em março
14/05/2025 09h00 | Atualizado em 14/05/2025 12h08

Dez dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional expandiram a produção na passagem de fevereiro para março, quando o índice nacional cresceu 1,2%. Os maiores avanços foram registrados Amazonas (5,6%), Espírito Santo (4,6%), Pará (4,6%) e Rio de Janeiro (4,5%), enquanto Pernambuco (-5,0%) assinalou a queda mais intensa. Na comparação com março do ano passado, a alta de 3,1% foi acompanhada por 11 dos 18 locais pesquisados. No acumulado em 12 meses, o avanço de 3,1% do setor industrial foi acompanhado por 14 das 18 localidades, porém, apresentando maior dinamismo em apenas nove. Os dados foram divulgados hoje (14) pelo IBGE.
“A indústria nacional cresceu 1,2% após cinco meses sem crescimento significativo. Este crescimento no mês de março vem como um movimento compensatório a esse período sem crescimento. Vale lembrar que fatores macroeconômicos ainda impactam a cadeia produtiva, como a inflação acelerada, afetando diretamente a renda disponível das famílias, principalmente, no que tange o setor alimentício e a cesta básica. Temos também a taxa de juros em patamares elevados, a redução na concessão do crédito impactando negativamente os investimentos com relação à produção industrial, o que arrefece o ritmo de produção. Isso explica um pouco a trajetória que vem desde outubro de 2024”, contextualiza o analista da pesquisa, Bernardo Almeida.
O setor industrial do Amazonas, com expansão de 5,6%, se sobressaiu entre as dez localidades que apresentaram avanços na passagem de fevereiro para março. Foi a maior taxa em termos absolutos e o terceiro resultado positivo mais influente no mês.
“A indústria amazonense vem, nessa passagem de fevereiro para março, com crescimento de 5,6% e a terceira maior influência após dois meses de resultados negativos, período em que acumulou perda de 3,5%. Dessa forma, o crescimento nesse mês de março elimina a perda dos meses anteriores. Alguns setores se destacaram positivamente, como o de derivados do petróleo e biocombustíveis e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, dois setores que atuam bastante na indústria local”, explica o analista.
No mesmo sentido, Espírito Santo (4,6%), Pará (4,6%) e Rio de Janeiro (4,5%) assinalaram as outras expansões mais acentuadas na passagem de fevereiro para março. São Paulo, estado de maior peso na pesquisa, registrou a maior influência positiva do país, com crescimento de 2,1% de fevereiro para março.
“A indústria paulista cresceu 2,1%, após recuo de 0,6% em fevereiro. Nesse mês de março, setores como o de derivados de petróleo e biocombustíveis, o setor farmacêutico e o de produtos químicos foram os que mais influenciaram este comportamento de crescimento. Essa é a taxa mais intensa para a indústria de São Paulo desde junho de 2024, quando alcançou 6,0% de expansão”, avalia Almeida.
O analista destaca ainda que, com o resultado de março, São Paulo se encontra 2,2% acima de seu patamar pré-pandemia, estipulado em fevereiro de 2020, e 19,9% abaixo de seu patamar mais alto, alcançado em março de 2011.
Por outro lado, Pernambuco (-5,0%) registrou a queda mais acentuada em março. “Pernambuco tem a segunda maior influência negativa, mas a maior queda em termos absolutos, após avançar 2,4% no mês anterior. Com esta taxa de março, foi eliminado o avanço verificado no mês anterior. Os setores que mais contribuíram a este comportamento negativo da indústria pernambucana foram o de veículos automotores e o de produtos químicos”, relembra o analista da PIM.
Região Nordeste (-4,1%), Goiás (-2,1%) e Rio Grande do Sul (-1,2%), maior influência negativa, também assinalaram resultados negativos em março de 2025.
Indústria avança em 11 dos 18 locais pesquisados em relação a março de 2024
A produção industrial do país cresceu 3,1% na comparação com março do ano passado, com resultados positivos em 11 dos 18 locais pesquisados pela PIM Regional, sendo que março de 2025 (19 dias) teve 1 dia útil a menos do que igual mês do ano anterior (20). Paraná (15,1%), Santa Catarina (9,3%) e Pará (9,1%) assinalaram os avanços mais acentuados nessa comparação.
No Paraná, a alta foi impulsionada, principalmente, pelo comportamento positivo observado nos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis; produtos químicos; produtos alimentícios; máquinas, aparelhos e materiais elétricos; veículos automotores, reboques e carrocerias; e máquinas e equipamentos.
Mato Grosso do Sul (7,6%), Bahia (3,9%), Rio de Janeiro (3,2%), Espírito Santo (2,6%), Minas Gerais (1,8%), São Paulo (1,8%), Amazonas (1,6%) e Mato Grosso (0,8%) completaram o conjunto de locais com expansão na produção no índice mensal de março de 2025.
Por outro lado, Pernambuco (-22,6%), Rio Grande do Norte (-19,1%) e Maranhão (-10,5%) assinalaram recuos de dois dígitos e os mais elevados nesse mês, pressionados, em grande parte, pelas atividades de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, no primeiro local; de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis e indústrias extrativas, no segundo; e de indústrias extrativas e metalurgia, no último.
Região Nordeste (-4,8%), Rio Grande do Sul (-2,5%), Ceará (-2,0%) e Goiás (-1,5%) também mostraram resultados negativos no índice mensal de março de 2025.
Quatorze dos 18 locais pesquisados cresceram no acumulado em 12 meses
O acumulado nos últimos doze meses, ao avançar 3,1% em março de 2025, permaneceu mostrando taxa positiva, intensificando o ritmo de crescimento frente aos resultados de fevereiro e janeiro. Quatorze dos 18 locais pesquisados registraram taxas positivas em março de 2025, mas nove apontaram maior dinamismo frente aos índices de fevereiro. Paraná (de 4,1% para 6,5%), Amazonas (de 0,3% para 1,5%), Santa Catarina (de 7,7% para 8,7%), Mato Grosso do Sul (de 1,9% para 2,8%) e Bahia (de 1,8% para 2,5%) assinalaram os principais ganhos entre fevereiro e março de 2025, enquanto Rio Grande do Norte (de -1,1% para -4,0%), Pernambuco (de 0,7% para -0,5%) e Maranhão (de 1,0% para 0,4%) mostraram as perdas de ritmo mais acentuadas entre os dois períodos.
Mais sobre a pesquisa
A PIM Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativas e de transformação. Traz, mensalmente, índices para 17 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 0,5% no total do valor da transformação industrial nacional e para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste.
Os resultados da pesquisa também podem ser consultados no Sidra, o banco de dados do IBGE. A próxima divulgação da PIM Regional, relativa a abril de 2025, será em 11 de junho.